PEDOFILIA E LIBERDADE RELIGIOSA, EM DEBATE NA EUROPA

Abuso sexual contra crianças do coral Regensburger Domspatzen da Catedral de Regensburger envergonha a Europa.

Por toda a Alemanha, indignação. E na região da Baviera, onde fica a antiga Catedral de Regensburger, o final de semana foi tenso e de expectativa quanto à fala do papa Bento XVI, que chamou ao Vaticano o arcebispo Robert Zollitsch, presidente do colégio dos cardeais da Alemanha.
O encontro de Zollitsch com o papa Ratzinger ocorrerá na próxima sexta feira, 12 de março.
Durante quinze anos, muitos dos pequenos cantantes do coral da imponente catedral da cidade de Regensburger da Baviera, –também conhecida na Europa pelo nome de catedral alemã de Ratisbona–, sofreram abusos sexuais.
O coral de menores da catedral de Regensburger é o mais antigo do mundo.
Esse coral conhecido por “ Regensburger Domspatezen” existe há mais de mil anos.
Os cantores, todos menores de idade, são conhecidos na Europa como os “pássaros da Catedral de Ratisbona”.
No ano de 975 foi fundada, –junto à Catedral de Ratisbona–, a escola de canto litúrgico e o coral, com crianças, ficou internacionalmente conhecido a partir de 1930.
Segundo admitiu o arcebisbo da região alemã da Baviera, em escrito intitulado “Carta aos Pais”, as violências sexuais começaram em 1958 e findaram apenas em 1973.
O coral foi dirigido, de 1964 a 1994, pelo irmão mais velho do papa Bento XVI.
Georg Ratzinger, de 86 anos e irmão mais velho de Bento XVI, passou o final de semana a repetir que “ nunca soube de nada”. Os criminosos teriam sido um professor e um prelado, já falecidos, segundo o arcebispo da Baviera.
Não há qualquer suspeita de Georg Ratzinger ter abusado de crianças do coral. O que intriga, na região da Baviera, é o fato dele nunca haver desconfiado de nada. Mas, até meados da semana que passou, nem os habitantes de Ratisbona desconfiavam de alguma coisa do gênero.
Em setembro de 2006, o papa Bento XVI, que já foi reitor da Universidade de
Regensburger, proferiu discurso considerado ofensivo à fé islâmica e teve de pedir desculpas.
Como ex-reitor e sem as veste pontifícia, o papa Ratzinger diz ter feito colocações acadêmicas por ocasião de uma aula magna.
Naquela ocasião, Ratzinger, ao tratar de conversão sob coação violenta, citou trecho do imperador bizantino, e cristão, Manuel 2º Palaeologo: “Mostre-me então, o que Maomé trouxe de novo, e ali só encontrarás coisas más e desumanas, como esta, de que ele determinou, que se propague através da espada a fé que ele prega”, teria dito o imperador, “de forma surpreendentemente brusca”.
O ministro chefe do departamento de estado do Vaticano esclareceu: “O discurso do Papa em Regensburg, na Baviera, Alemanha, foi interpretado “de modo totalmente não correspondente às suas intenções”. Bento XVI “lamenta profundamente” que algumas passagens de seu pronunciamento “tenham podido parecer ofensivas à sensibilidade dos fiéis muçulmanos”.
PANO RÁPIDO. Como se percebe, Regensburg continua sempre viva na memória do pontífice.

por Wálter Fanganiello Maierovitch
Fonte: Portal Terra

MINHAS REFLEXÕES:

Percebe-se que os dois temas: PEDOFOLIA e LIBERDADE RELIGIOSA, fazem parte do nosso cotidiano. Algumas vezes com nexo causal entre os dois; outras vezes caminham isoladamente, mas sempre se tem notícias/debates sobre estes temas, razão pela qual escrevemos vários artigos que tratam sobre estas matérias.

Desta vez, o debate está na Europa, em razão do escândalo qua envolve abuso sexual contra crianças do coral Regensburger Domspatzen da Catedral de Regensburger.

O que nos intriga é o fato de uma pessoa que dirigiu o coral por 30 anos dizer que não sabia de nada que, a princípio, aconteceu nos últimos 15 anos. É óbvio que esses abusos já acontecem há muito mais tempo, talvez desde o início desse tão importante coral na Europa. Pensei que a sindrome do "eu não sabia" acontecia só aqui no Brasil!

Aquelas crianças estavam em uma prisão, por longos e infindáveis anos, nos quais não poderiam, jamais, deixar "vazar" este tipo de pecado, que exporia a moral e a importante história daquele coral, daquela catedral.

Muitas, com certeza, chegaram ali crianças e sairam de lá homens e mulheres machucados, lesados física e moralmente, com tantos traumas que marcaram suas vidas!

Ainda bem que, independente de que instituição esteja por trás, este abuso veio à tona!

Entendo que para aqueles, hoje, homens e mulheres, bem como àquelas, ainda crianças, esta denúncia chega como uma "luz no fim do túnel", trazendo a esperança de que, ao fechar das cortinas, ao término das apresentações, a verdade, um dia, aparece!

Precisamos orar por essas crianças, pedindo à Deus que lhes ajude a tratar/lidar com esses traumas, trazendo cura e a expectativa de, daqui para frente, retormar os sonhos e continuar acreditando que a verdade sempre aparece, ainda que demore um pouco, mas vai aparecer. E quando isto acontecer, esperamos que todos os causadores desses danos irreparáveis, respondam à altura!!

Para fechar esta reflexão, seguindo o raciocínio do Senador Magno Malta, realmente, "o pedófilo carrega Bíblia, veste tóga, usa farda, ora, reza, discursa, ou seja, está acima de qualquer suspeita".