Inicio este artigo com as "MINHAS REFLEXÕES" que, em regra, coloco ao final de cada artigo postado mas, neste, quero compartilhar opiniões que me fizeram refletir, no que diz respeito as eleições 2010 - 2º turno e, posteriormente, dar a opção ao meu leitor de fazer a reflexão do texto abaixo que, dos que encontrei, é o mais próximo ao meu pensamento.
Para decidir o voto é preciso muita reflexão e, não poucas vezes, os motivos que nos levam à esta tão importante decisão são rumores contra o candidato A ou B, colocados nas redes sociais, com a intenção de influenciar o voto do cidadão - é o famoso "disse me disse" que expõe a imagem de homens de bem, que são prejudicados sem, na maioria das vezes, corresponder a verdade.
Entendi que não são só as pessoas menos informadas que "caem" nesta estratégia! Me surpreendi ao me ver pensando e falando coisas que ouvi, até de pessoas idôneas, mas que não tinham provas! É quase que natural, porque são materiais tão bem elaborados que nos convencem como se fosse óbvio! Percebi que era preciso rever alguns conceitos...
Esta semana fui convidada pelo meu amigo Senador Magno Malta a ir em uma reunião com lideranças evangélicas em São Paulo, onde ele pretendia mostrar as "injustiças que estão sendo cometidas contra a candidata à Presidência da República Dilma Roussef". A minha liberdade com ele me fez lhe ser muito sincera e dizer que não gostaria de participar de eventos do PT, até porque penso diferente, em vários pontos... Ele me disse que gostaria que eu lhe ouvisse. Resisti, mas o carinho e respeito que tenho por este Senador me fez transpor esta barreira. Fui ao evento, junto com o meu marido e um casal de amigos (testemunhas -rs).
Ouvi, atentamente, suas palavras e percebi que muitas injustiças estão sendo cometidas, também, nestas eleições! Não estou dizendo que o discurso deste importante Senador, no todo, me convenceu, mas que é preciso muito cuidado ao "caluniar" alguém sem provas.
As escritas e os videos elaborados por importantes lideres, que circulam na internet contra a candidata Dilma Roussef, a princípio, nos convencem, principalmente, àqueles que têm resistência ao seu partido. Mas não se pode perder a visão crítica e o bom senso, deixando de apurar a veracidade dos fatos.
Não estou dizendo que tudo o que circula é mentira ou verdade, mas chamando a atenção para a nossa consciência - será que eu devo acreditar e retransmitir mensagens que não sei se, efetivamente, são verdadeiras?
Este mundo da política é tão perigoso que pessoas que aparentam serem providas de idoneidade podem estar envolvidas em acordos estranhos ao que pregam, buscando a sua comodidade em detrimento do interesse coletivo ou de seu público. São pessoas que se utilizam da boa fé de seu público para a conquistas de seus interesses pessoais.
Nesta campanha, vivi um pouco deste clima de informações que pretendiam, apenas, expor o descontentamento de algumas lideranças que não tiveram os seus pedidos atendidos, o que as fez denegrir a imagem de determinado candidato. Fazem isto sem a preocupação da exposição da imagem de pessoas que podem ser inocentes, a expondo inverdades que, dificilmente, em tempo hábil, poderão ser contrapostas e reparadas! Algo do tipo "palhas jogadas ao vento" que, dificilmente, serão recolhidas na sua totalidade.
Não estou dizendo que devemos ignorar as informações recebidas, pelo contrário, estou dizendo que devemos investigá-las e, quando tivermos provas cabais, podemos fechar uma opinião e retransmti-las. Na hipótese da ausência de provas cabais, podemos, até, formar nosso convencimento, a depender do que nos diz a nossa consciência; no entanto, o que não podemos é retransmitir informações sem provas, porque incorremos em calunia contra pessoas que podem ser inocentes.
A visão crítica é resultado da audição da nossa consciência!Precisamos parar para ouvirmos a nossa consciência, refletir, avaliar, buscar provas, e, ainda assim, pensarmos se devemos ou não denegrir a imagem de alguém. Se optarmos por fazê-la, nosso fóco tem de ser o interesse público e não o interesse de determinado público. Isto significa dizer que interesses pessoais não podem ser a nossa motivação! Vivemos em comunidade, onde o interesse geral deve prevalecer!
Enquanto cristã evangélica, entendo que devo me preocupar em seguir os exemplos de Jesus, plantando, somente, sementes de bênçãos e não de maldições, porque creio que o que plantamos, certamente, colhemos, independente de quanto tempo demorará! O fato é que colheremos!!
Sai da reunião mais preocupada com o que falo, preocupada com as lideranças evangélicas que exageraram em algumas falas, preocupada com o perigo da nossa lingua, preocupada com as calunias,.... desejando atentar para não me deixar levar por "rumores eleitoreiros" que circulam com o fóco de se ganhar eleições a qualquer preço! Posso e devo decidir por A ou por B, mas minhas convicções têm de ser motivadas por modelo de gestão pública e, se possível, por alguém que pense muito próximo a mim, mas NUNCA por calunias infundadas. Já disse em outro artigo que não me deixo levar por fala de A ou B, ou por estratégia de marketeiro político! Procuro ouvir minha consciência e, assim, tentar acertar!
Não pretendo, aqui, influenciar o meu leitor a votar em A ou B, mas refletir sobre o perigo dos "rumores eleitorais", buscando a justiça social, cerne de um Estado Democrático de Direito.
Esta é a razão de eu escolher postar o texto, abaixo, onde possibilito ao meu leitor entender a diferença entre "Justiça Social e Justiça Individual", texto que reflete o meu pensamento sobre o Brasil que eu quero para a minha família, para as minhas filhas, meus amigos, meus leitores, meus colegas, meus vizinhos, meus concidadãos!
Justiça Social e Justiça individual
Um povo só se torna realmente justo quando conhece, de forma clara e objetiva, o real significado da palavra justiça.
Um povo só se torna realmente justo quando conhece, de forma clara e objetiva, o real significado da palavra justiça.
Infelizmente, o princípio de justiça ainda não é muito bem compreendido pelo povo brasileiro. Uma das causas é que, na Língua Portuguesa, a palavra justiça também é utilizada para referir-se a órgãos do Setor Judiciário, (Justiça do Trabalho, Justiça Federal, Justiça Internacional, etc...). Essa duplicidade na linguagem ajuda a confundir os cidadãos menos esclarecidos.
Já é hora de os brasileiros se conscientizarem de que a palavra justiça refere-se, antes de tudo, a um princípio de eqüidade, de igualdade proporcional; um princípio de sabedoria que deveria ser utilizado pelo Governo em todas as áreas e, principalmente, pelo Poder Judiciário.
Os brasileiros ainda não entenderam a importância sócio-econômica de se levar a sério o princípio de justiça. A maioria dos cidadãos conhece apenas duas situações: ser beneficiado ou ser prejudicado. Infelizmente, a Educação brasileira não nos ensinou a discernir estes extremos e a adotar situações intermediárias. É no ponto médio, entre o benefício e o malefício, que encontramos o que é justo para todos.
Em linhas gerais, ser justo é não oprimir nem privilegiar, não menosprezar nem endeusar, não subvalorizar e tampouco supervalorizar. Ser justo é saber dividir corretamente sem subtrair e sem adicionar (sem roubar ou subornar). Ser justo é não se apropriar de pertences alheios e dar o correto valor a cada coisa e a cada pessoa. Ser justo é estabelecer regras claras sem dar vantagem para uns e desvantagem para outros. Ser justo é encontrar o equilíbrio que satisfaz ou sacrifica, por igual, sem deixar resíduos de insatisfação que possam resultar em desforras posteriores.
A ausência de uma boa educação, nesse sentido, tem propiciado comportamentos extremistas (ora omisso, ora violento) por parte da maioria dos cidadãos. Observe que até pouco tempo a maioria dos brasileiros preferia se calar mesmo diante das inúmeras explorações do nosso dia-a-dia. O maior problema, conseqüente desse tipo de comportamento surge com o decorrer do tempo. A falta de diálogo, para se estabelecer o que é justo e correto, faz o cidadão prejudicado se cansar de ser omisso e partir pra violência (ir direto ao outro extremo). Essas reações têm acontecido até mesmo entre parentes e vizinhos. Por isso, precisamos nos reeducar. Os cristãos, em especial, precisam ensinar ao povo o que é justo e correto para que os cidadãos não se tornem omissos e saibam estabelecer o diálogo ao perceber toda e qualquer injustiça. Se cultivarmos um padrão de comportamento realmente justo, ninguém acumulará motivos para se tornar infeliz, desleal, subornável ou violento.
Em todos os casos de injustiças (profissionais, comerciais, de relacionamento etc.) a pessoa prejudicada deve primeiramente ir até a pessoa injusta lhe pedir que corrija a injustiça. Se não surtir efeito deve levar pelo menos uma outra pessoa para que também dê testemunho (reclame) daquela injustiça. Se, apesar disso, a pessoa injusta não se corrigir, aí então deve levar o caso ao conhecimento das autoridades competentes para que elas determinem a solução. É muito importante entendermos que primeiramente deve haver duas tentativas de diálogo, só depois destas tentativas é que o caso deve ser entregue às autoridades.1
Por outro lado, as autoridades precisam agir de maneira totalmente imparcial (sem se inclinar para nenhum dos lados), em respeito aos ensinamentos bíblicos que ordenam que: nem mesmo para favorecer ao pobre se distorça o que é justo,2 e que sempre se use o mesmo padrão de peso e de medida para qualquer pessoa, seja pobre, rico, analfabeto, doutor, mendigo, autoridade, etc... A sociedade precisa entender que é a prática correta do princípio de justiça que produz a paz social viabilizando a prosperidade de forma ordeira e bem distribuída.
Por outro lado, as autoridades precisam agir de maneira totalmente imparcial (sem se inclinar para nenhum dos lados), em respeito aos ensinamentos bíblicos que ordenam que: nem mesmo para favorecer ao pobre se distorça o que é justo,2 e que sempre se use o mesmo padrão de peso e de medida para qualquer pessoa, seja pobre, rico, analfabeto, doutor, mendigo, autoridade, etc... A sociedade precisa entender que é a prática correta do princípio de justiça que produz a paz social viabilizando a prosperidade de forma ordeira e bem distribuída.
A esperteza, a exploração e a má fé, são técnicas ilusórias que têm vida curta e acidentada. As instituições governamentais, empresas privadas e negócios pessoais, estabelecidos com injustiças, com espertezas, com explorações e má fé, são comparáveis a construções sobre areia porque desmoronam nos dias de tempestades (crises, pragas, acidentes, novas concorrências, etc.). Mas, os negócios estabelecidos de forma justa, com justiça nos preços, nos salários, nos serviços e nos relacionamentos em geral, são comparáveis a construções sobre rocha porque permanecem de pé mesmo depois de grandes tempestades.
Portanto, precisamos abandonar a mania subdesenvolvida de gostar de levar vantagem em tudo, e cultivar a mania desenvolvida de gostar de fazer e receber justiça em tudo. Já é hora de entendermos que a vantagem que se leva hoje se transforma no prejuízo de amanhã, enquanto a justiça que se pratica hoje se transformará no lucro de amanhã.
Comportar-se de forma realmente justa, tanto na hora de dar ou de vender, quanto na hora de cobrar ou de receber, é condição primordial para um povo se tornar pacífico e bem-sucedido.
Notas___________________________
1 Ensinamentos de Jesus Cristo em S. Mateus, cap. 18, versículo 15 a 17.
2 Bíblia Sagrada, Levítico, cap. 19, versículo 15. (Frase sintetizada).
Valvim M Dutra
Extraído do capítulo 3 do livro Renasce Brasil.
Fonte: http://www.renascebrasil.com.br/f_justica.htm
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