21 de março de 201119h11
Por Rodrigo Martins
Por Rodrigo Martins
O Twitter completa nesta segunda-feira 5 anos no ar. Mas a ideia do serviço, acreditem, vem de 1992. O programador Jack Dorsey, aos 15 anos, produzia softwares para que taxistas dissessem onde estavam. E daí pensou: por que não permitir às pessoas fazerem o mesmo?
O projeto ficou na gaveta até 2006, quando nasceu o Twitter. Entrevistei Jack para o Link em 2009. A reportagem foi publicada no dia 12 de março, quando a rede de microblogging fazia 3 anos.
Uma curiosidade: na ocasião, a previsão dos próprios responsáveis pelo Twitter era de que o serviço estourasse em 5 anos. Mas só foram necessários alguns meses para virar este “monstro” que é hoje.
Outra curiosidade: na entrevista, Jack conta porque no Twitter só cabem 140 caracteres: é o número máximo para mensagens SMS. Sim, o Twitter foi pensado para SMS originalmente.
Um homem de poucas palavras
Ele está com a caixa de e-mails lotada de pedidos para entrevistas. Todos os dias, é pelo menos mais uma dezena que chega. Há três anos, Jack Dorsey era apenas um desconhecido programador de softwares para rastreamento de táxis. Hoje, tornou-se @jack, acompanhado por mais de 140 mil pessoas, que querem saber o que ele pensa e faz. Tudo por causa de uma ideia que teve aos 15 anos, estreou quando tinha 29 e transformou-se no maior sucesso digital agora que ele tem 32: o Twitter.
Dorsey é idealizador do serviço onde as pessoas expressam suas ideias, opiniões e informações em apenas 140 caracteres. Uma ideia que nasceu em 1992, quando Jack se inspirou no trabalho que fazia: se era possível usar tecnologia para taxistas dizerem onde estavam, porque não daria para as pessoas fazerem o mesmo? Tecnologicamente, só foi possível em 2006, quando, também, Jack convenceu o criador do Blogger, Evan Willians, a apostar na ideia.
Hoje, de The New York Times, Techcrunch e The Guardian ao Link, todos os veículos do mundo só falam de sua ideia, que tem quase 20 anos. Muito barulho? “Sim. Estamos muito contentes com isso. Mas no fim das contas, foram três anos em que trabalhamos muito”, disse ao Link.
Jack é, como assume, de poucas palavras. A maioria de suas respostas ao telefone poderia ser “twittada” em 140 caracteres. E esse é um dos motivos para uma das principais características do Twitter: o texto curto. “Com um limite de tamanho, as pessoas são mais espontâneas e instantâneas. A ideia é minimizar os pensamentos.”
Outra razão para os 140 caracteres é técnica. Muitos celulares não enviam mais de 160 caracteres em uma mensagem SMS – necessária para postar no serviço de forma móvel. Então, 20 caracteres ficam para o nome de usuário e o resto para o texto em si. “O Twitter nasceu para o celular. Foi por isso que só estreou em 2006, porque havia tecnologia para isso”, diz. A ideia era que cada um “twittasse” respondendo à pergunta “o que você está fazendo agora?” e isso poderia ser acompanhado por quem se interessasse.
À primeira vista, o Twitter é uma rede social: você adiciona pessoas e pode conversar com elas. Só que conta com uma pitada de autopublicação e instantaneidade e a troca de informações é frenética. Mas Jack recusa o rótulo. Para ele, rede social é organizar relações com amigos. “O Twitter é mais uma rede de notícias, onde cada um atualiza em texto a sua vida. Quem quiser, segue. Não é preciso ser amigo. Uma pessoa pode te seguir e você pode não querer segui-la.”
E essa “rede de notícias” ganhou vida própria. O celular, embora seja o meio predileto de Jack, que “twitta” o dia todo, não tornou-se – pelo menos ainda – preferência entre os usuários. A maioria, diz, usa o PC. Já a ideia original de se contar o que se está fazendo deu origem a um sem número de finalidades. “Não há regra. Uns falam sobre a vida ou postam links; outros ‘twittam’ das férias. É um serviço que está se definindo. A tecnologia é nova. Todos os dias as pessoas acham novas utilidades.”
O serviço já virou plataforma de campanha de Barack Obama, serviu para que vítimas dos ataques em Mumbai em 2008 mandassem relatos ou que pousos forçados de aviões fossem noticiados. Além, lógico, de fofoca. A atriz Demi Moore se transformou em sua própria papparazzi e o Oscar foi comentado ao vivo por quase toda comunidade.
Assim o Twitter conquistou seus atuais 6 milhões de usuários, a maioria em EUA e Japão, mas o Brasil está “entre os dez mais”. Em um ano, o serviço cresceu 900%. Mas ainda há um desafio: falar com as massas. Hoje, internautas antenados, como blogueiros, jornalistas e celebridades habitam o serviço. Só que os “menos experientes”, ainda não.
Evan Williams, já disse que, para tornar-se para qualquer usuário, seria necessário cinco anos. Jack, porém, não arrisca um prazo, mas diz que esse movimento já está acontecendo. “Há um ano e meio, éramos só para early adopters. Isso já começou a mudar.” Para ele, a presença cada vez maior de personalidades deve atrair a massa.
Nesse processo, prevê, o serviço deve mudar para ficar ao gosto do novo freguês. O que seria isso? “Não temos ideia. Os novos usos das pessoas estão nos guiando.” Como deve ser o Twitter daqui a dois, cinco anos? “Não sei. É esperar para ver.”
Projeto ficou 17 anos na gaveta
Dos táxis para os celulares e PCs. A ideia de permitir às pessoas enviar textos curtos e constantes vem da dinâmica das cidades. Da mesma forma que produzia softwares para que taxistas pudessem informar a uma central onde estavam, Jack Dorsey, então com 15 anos, em 1992, imaginou que poderia permitir às pessoas comuns publicarem status de seu dia a dia. No final, tudo convergiria para uma forma de sentir o que a cidade estava fazendo e pensando naquele momento.
O projeto ficou adormecido até 2000. No ano, quando ainda fazia softwares para táxis, Jack desenhou em uma folha de papel o esqueleto do que viria a ser o Twitter. “Mas ainda não havia tecnologia que permitisse a mobilidade.” E o Twitter voltou para a gaveta.
Em 2006, o programador foi trabalhar em uma empresa chamada Odeo, de podcasting. Aí sim. Foi lá que Jack conheceu o criador do Blogger – que havia vendido o serviço para o Google havia três anos –, Evan Williams, que era o dono da Odeo na época. Lá também trabalhava outro programador, Biz Stone. “Mostrei para o Evan o projeto. Ele gostou e me pediu para desenvolver um protótipo em duas semanas, o que o Biz me ajudou a fazer.” É por essa junção que tanto Evan como Jack e Biz são considerados criadores do Twitter.
O nome dado ao serviço, inclusive, foi um processo curioso. Os criadores estavam em busca de uma nomenclatura que significasse “um movimento físico”. “Quando você recebe uma mensagem do Twitter no celular, ele vibra com um som parecido com ‘twitch’. Fomos olhar no dicionário palavras semelhantes a isso. Encontramos Twitter, que significa “espalhar informações inconsequentes” e o gorjeio de pássaros. Descrevia muito bem o serviço.”
Em março de 2006, o serviço foi lançado para testes internos. E em agosto, teve estreia para o público em geral. No começo, o Twitter não era o produto principal da empresa. Mas tornou-se a partir de abril de 2007, quando a Odeo viu que não haveria como competir com a Apple na área de podcasts. E uma nova empresa foi criada, com, além de Evan, Jack e Biz como donos.
O projeto ficou na gaveta até 2006, quando nasceu o Twitter. Entrevistei Jack para o Link em 2009. A reportagem foi publicada no dia 12 de março, quando a rede de microblogging fazia 3 anos.
Uma curiosidade: na ocasião, a previsão dos próprios responsáveis pelo Twitter era de que o serviço estourasse em 5 anos. Mas só foram necessários alguns meses para virar este “monstro” que é hoje.
Outra curiosidade: na entrevista, Jack conta porque no Twitter só cabem 140 caracteres: é o número máximo para mensagens SMS. Sim, o Twitter foi pensado para SMS originalmente.
Um homem de poucas palavras
Ele está com a caixa de e-mails lotada de pedidos para entrevistas. Todos os dias, é pelo menos mais uma dezena que chega. Há três anos, Jack Dorsey era apenas um desconhecido programador de softwares para rastreamento de táxis. Hoje, tornou-se @jack, acompanhado por mais de 140 mil pessoas, que querem saber o que ele pensa e faz. Tudo por causa de uma ideia que teve aos 15 anos, estreou quando tinha 29 e transformou-se no maior sucesso digital agora que ele tem 32: o Twitter.
Dorsey é idealizador do serviço onde as pessoas expressam suas ideias, opiniões e informações em apenas 140 caracteres. Uma ideia que nasceu em 1992, quando Jack se inspirou no trabalho que fazia: se era possível usar tecnologia para taxistas dizerem onde estavam, porque não daria para as pessoas fazerem o mesmo? Tecnologicamente, só foi possível em 2006, quando, também, Jack convenceu o criador do Blogger, Evan Willians, a apostar na ideia.
Hoje, de The New York Times, Techcrunch e The Guardian ao Link, todos os veículos do mundo só falam de sua ideia, que tem quase 20 anos. Muito barulho? “Sim. Estamos muito contentes com isso. Mas no fim das contas, foram três anos em que trabalhamos muito”, disse ao Link.
Jack é, como assume, de poucas palavras. A maioria de suas respostas ao telefone poderia ser “twittada” em 140 caracteres. E esse é um dos motivos para uma das principais características do Twitter: o texto curto. “Com um limite de tamanho, as pessoas são mais espontâneas e instantâneas. A ideia é minimizar os pensamentos.”
Outra razão para os 140 caracteres é técnica. Muitos celulares não enviam mais de 160 caracteres em uma mensagem SMS – necessária para postar no serviço de forma móvel. Então, 20 caracteres ficam para o nome de usuário e o resto para o texto em si. “O Twitter nasceu para o celular. Foi por isso que só estreou em 2006, porque havia tecnologia para isso”, diz. A ideia era que cada um “twittasse” respondendo à pergunta “o que você está fazendo agora?” e isso poderia ser acompanhado por quem se interessasse.
À primeira vista, o Twitter é uma rede social: você adiciona pessoas e pode conversar com elas. Só que conta com uma pitada de autopublicação e instantaneidade e a troca de informações é frenética. Mas Jack recusa o rótulo. Para ele, rede social é organizar relações com amigos. “O Twitter é mais uma rede de notícias, onde cada um atualiza em texto a sua vida. Quem quiser, segue. Não é preciso ser amigo. Uma pessoa pode te seguir e você pode não querer segui-la.”
E essa “rede de notícias” ganhou vida própria. O celular, embora seja o meio predileto de Jack, que “twitta” o dia todo, não tornou-se – pelo menos ainda – preferência entre os usuários. A maioria, diz, usa o PC. Já a ideia original de se contar o que se está fazendo deu origem a um sem número de finalidades. “Não há regra. Uns falam sobre a vida ou postam links; outros ‘twittam’ das férias. É um serviço que está se definindo. A tecnologia é nova. Todos os dias as pessoas acham novas utilidades.”
O serviço já virou plataforma de campanha de Barack Obama, serviu para que vítimas dos ataques em Mumbai em 2008 mandassem relatos ou que pousos forçados de aviões fossem noticiados. Além, lógico, de fofoca. A atriz Demi Moore se transformou em sua própria papparazzi e o Oscar foi comentado ao vivo por quase toda comunidade.
Assim o Twitter conquistou seus atuais 6 milhões de usuários, a maioria em EUA e Japão, mas o Brasil está “entre os dez mais”. Em um ano, o serviço cresceu 900%. Mas ainda há um desafio: falar com as massas. Hoje, internautas antenados, como blogueiros, jornalistas e celebridades habitam o serviço. Só que os “menos experientes”, ainda não.
Evan Williams, já disse que, para tornar-se para qualquer usuário, seria necessário cinco anos. Jack, porém, não arrisca um prazo, mas diz que esse movimento já está acontecendo. “Há um ano e meio, éramos só para early adopters. Isso já começou a mudar.” Para ele, a presença cada vez maior de personalidades deve atrair a massa.
Nesse processo, prevê, o serviço deve mudar para ficar ao gosto do novo freguês. O que seria isso? “Não temos ideia. Os novos usos das pessoas estão nos guiando.” Como deve ser o Twitter daqui a dois, cinco anos? “Não sei. É esperar para ver.”
Projeto ficou 17 anos na gaveta
Dos táxis para os celulares e PCs. A ideia de permitir às pessoas enviar textos curtos e constantes vem da dinâmica das cidades. Da mesma forma que produzia softwares para que taxistas pudessem informar a uma central onde estavam, Jack Dorsey, então com 15 anos, em 1992, imaginou que poderia permitir às pessoas comuns publicarem status de seu dia a dia. No final, tudo convergiria para uma forma de sentir o que a cidade estava fazendo e pensando naquele momento.
O projeto ficou adormecido até 2000. No ano, quando ainda fazia softwares para táxis, Jack desenhou em uma folha de papel o esqueleto do que viria a ser o Twitter. “Mas ainda não havia tecnologia que permitisse a mobilidade.” E o Twitter voltou para a gaveta.
Em 2006, o programador foi trabalhar em uma empresa chamada Odeo, de podcasting. Aí sim. Foi lá que Jack conheceu o criador do Blogger – que havia vendido o serviço para o Google havia três anos –, Evan Williams, que era o dono da Odeo na época. Lá também trabalhava outro programador, Biz Stone. “Mostrei para o Evan o projeto. Ele gostou e me pediu para desenvolver um protótipo em duas semanas, o que o Biz me ajudou a fazer.” É por essa junção que tanto Evan como Jack e Biz são considerados criadores do Twitter.
O nome dado ao serviço, inclusive, foi um processo curioso. Os criadores estavam em busca de uma nomenclatura que significasse “um movimento físico”. “Quando você recebe uma mensagem do Twitter no celular, ele vibra com um som parecido com ‘twitch’. Fomos olhar no dicionário palavras semelhantes a isso. Encontramos Twitter, que significa “espalhar informações inconsequentes” e o gorjeio de pássaros. Descrevia muito bem o serviço.”
Em março de 2006, o serviço foi lançado para testes internos. E em agosto, teve estreia para o público em geral. No começo, o Twitter não era o produto principal da empresa. Mas tornou-se a partir de abril de 2007, quando a Odeo viu que não haveria como competir com a Apple na área de podcasts. E uma nova empresa foi criada, com, além de Evan, Jack e Biz como donos.
Fonte: Estadão
MINHAS REFLEXÕES:
Confesso que este mini blog vicia (rs...)
Este "achado" vale para refletirmos no sentido de acreditarmos no nosso invento...
PARABÉNS ao criador do TWITTER!! O mundo se comunica mais com este recurso na net e, eu, aprendi a ser mais suscinta nas minhas reflexões!!
Valeu!!!!
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